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EDITORIAL

RELAÇÕES HUMANAS

De acordo com Philip Kotler (2012), PHD em Economia, de uma universidade norte americana, ele cita que o comportamento de um consumidor deve ser estudado em detalhes sob a perspectiva dos seus aspectos influenciadores, como fatores culturais, sociais e pessoais. Do ponto de vista cultural, o comportamento de compra de uma pessoa será muito influenciado pelos valores obtidos em família, por sua classe social e econômica. É no ambiente de formação cultural que valores sobre realização, sucesso, praticidade, humanitarismo e conforto material são incutidos no indivíduo. Do ponto de vista social, as pessoas se aproximam por grupos (sejam eles de afinidades, de referência ou aspiracionais) que possuem gostos parecidos e se influenciam para decidir por certas marcas e produtos. Ainda tem os fatores pessoais que também colaboram para as decisões de compra. Sob esse aspecto podemos citar escolhas feitas em função do momento de vida, status, estilo de vida, etc.
Ora, podemos observar nessa análise do comportamento humano, sob a ótica do consumo, que ela também é válida nas relações humanas, na escolha das amizades, na escolha dos cônjuges, nas escolhas profissionais e nas decisões que tomamos na vida. No passado, nossos pais mesmo formados ou empresários de sucesso, escolhiam suas companheiras para casar, pensando nos filhos, na sua educação e nos cuidados do lar. O papel da mulher, era de dependente total do homem, que na maioria das vezes não podia trabalhar, pois não ficava bem e tinha sempre a necessidade dos cuidados e criação dos filhos em tempo integral.
Isso mudou há muito tempo. Hoje fazemos parte de uma geração, em que na família o casal se forma muitos em profissões diferentes, tem uma vida independente, pagam para alguém cuidar dos filhos e mantém um alto padrão de vida. Muitas vezes, os filhos só veem os pais, nos finais de semana, ou em viagens com a família. Suas amizades também são formadas pelo grau de cultura e de empatia em muitos assuntos do cotidiano, enxergado de uma ótica diferente, são articulados e formadores de opinião.
Aquele ditado antigo, que os opostos se atraem nunca valeu, para um relacionamento de casais, ou ainda para empresas que analisam seus consumidores alvo. Hoje dificilmente, um homem sem estudos ou formação, conseguirá conquistar uma Médica, uma Engenheira, uma Economista e vice-versa. Não tem assuntos convergentes, não há diálogo, não há sinergia, enfim, impossível uma cumplicidade em assuntos comuns que um casal pode dominar fora de sua profissão principal. A mesma coisa, com as amizades, os relacionamentos profissionais, estilo de vida, status, atividades associativas, clubes, etc. Vale o ditado, diga-me com quem andas, que eu te direi quem és.
Os tempos são outros, e com as novas tecnologias de informação, compartilhamento do conhecimento, hábitos de consumo, e principalmente integração social muitas coisas irão mudar cada vez mais, no comportamento humano, que provavelmente será para pior. Será a era das máquinas com inteligência artificial, frias e calculistas demais, para qualquer tipo de consideração ou ainda sentimento ao próximo. Isso será um comportamento do passado, talvez um defeito humano, a ser deletado.